Descoberta de montanha subaquática pode revelar 20 novas espécies; vídeo

Desde o início das explorações nas cordilheiras submarinas do Pacífico, próximas ao Chile, cientistas descobriram quase 300 novas populações. Entre elas, há espécies inéditas ou pouco conhecidas pela ciência.

Exploração e descoberta

Em uma recente expedição em águas internacionais, a aproximadamente 1.450 km da costa chilena, oceanógrafos mapearam uma imponente montanha submarina na Cordilheira de Nazca. Os especialistas identificaram um ecossistema vibrante, que abriga pelo menos 20 novas espécies. A missão, que durou 28 dias, utilizou um Veículo Operado Remotamente (ROV) que auxiliou na exploração do fundo do mar, capturando imagens e vídeos da fauna local. Um dos vídeos mais impressionantes desta jornada revela um pequeno polvo, avistado pela primeira vez em 2016, que ainda não possui um nome científico registrado.

Características da montanha

A montanha em questão ocupa uma área de cerca de 70 km² do fundo oceânico. O cume da formação está localizado a aproximadamente 1 km da superfície, enquanto sua base se estende a 4,1 km, resultando em uma altura total de cerca de 3.100 metros.

Ecossistema diversificado

As imagens capturadas durante a expedição mostram um vasto jardim de corais, cobrindo uma área de 800 m², comparável a quase três quadras de tênis. Este habitat é lar para várias espécies, incluindo peixes do gênero Sebastes, ofíuros e caranguejos-real, todos encontrados entre os corais coloridos. Um dos achados notáveis foi uma lula que nunca havia sido registrada viva, com dados anteriormente disponíveis apenas de espécimes mortos do século 19.

Novas descobertas

Entre as espécies raras observadas, estão um coral chiclete coberto com Parazoanthidae amarelo, um ouriço-do-mar do gênero Argopatagus, uma lula Promachoteuthis vista pela primeira vez viva, entre outros organismos fascinantes. Além disso, foram registrados sifonóforos conhecidos como "monstros de espaguete voador".

Impactos e expectativas

Esta foi a terceira missão de 2024 na Cordilheira de Nazca e na adjacente Cordilheira de Salas y Gómez. Antes das explorações, apenas 1.019 espécies tinham sido documentadas nessa região do Oceano Pacífico. Atualmente, esse número já supera 1.300 e continua a crescer. Espera-se que as informações coletadas durante estas expedições alimentem o Censo Oceânico, uma colaboração internacional com o objetivo de desenvolver políticas de proteção ambiental. Esses montes submarinos abrigam uma incrível biodiversidade, com muitos organismos não encontrados em nenhum outro lugar do planeta.