Produção Audiovisual Brasileira em 2023: Um Recorde Histórico

No ano passado, o setor de audiovisual brasileiro atingiu seu nível mais elevado de produção desde 2002, considerado o início da série histórica dos resultados. Um levantamento recente da agência reguladora revelou que 3.740 produções foram certificadas durante 2023, marcando um recorde em comparação com os 20 anos anteriores. Esse número representa um crescimento de 28% em relação a 2022, quando 2.916 registros foram emitidos.

Destaques do Setor

Desde sua fundação, a agência já certificou um total de 51 mil produtos audiovisuais nacionais. Antes do ano de 2023, o maior número de certificações registradas foi em 2019, com 3.300 obras submetidas. A agência emite o Certificado de Produto Brasileiro (CPB), que é essencial para a comercialização e circulação de diversas produções de vídeo no país. Este certificado tem validade de cinco anos, desde que a obra não possua fins publicitários.

Em 2023, os clipes musicais foram os mais produzidos, representando 30,8% do total. Eles devem ser certificados antes da comercialização, incluindo exibições na TV. Os documentários ficaram em segundo lugar (29,1%) e as obras de ficção em terceiro (21,1%). Outros gêneros, como variedades (8%), animações (5,6%), jornalísticos (2,6%), reality shows (1,2%) e religiosos (0,8%), também tiveram participação significativa. Os programas de auditório mostraram um desempenho mais fraco (0,4%), assim como os eventos esportivos (0,08%), que são certificados ao estrear e continuam a ser exibidos sem nova submissão à agência.

Análise do Histórico

O repositório da agência contém dados sobre produções que foram exibidas em cinemas, na TV e por meio de streaming. Desde 2002, os documentários lideram a lista com 13,3 mil certificações, representando 26% do total; os clipes vêm logo em seguida, com 13 mil (25,4%), e as ficções atingindo 12,8 mil (25%). Historicamente, a maioria das produções tem origem em São Paulo e Rio de Janeiro, correspondendo a 73,6% do total de certificados emitidos.

Os dados compilados nas últimas duas décadas, que serão disponibilizados em um painel online, também evidenciam a predominância dos curtas-metragens, com 41% do total, em comparação às obras de média (21,7%) e longa-metragem (16,1%). Além disso, a TV paga se destaca com 31,8% das certificações, superando as salas de cinema (9,6%), a TV aberta (8,1%), o streaming (1,8%) e as produções para vídeos domésticos, como DVDs (1,6%).