Pesquisa visa ração ideal para peixes com foco na redução de emissões

Aumentar a eficiência da ração para minimizar impactos ambientais

O objetivo da pesquisa é aumentar a eficiência da ração destinada às tilápias, visando a redução de sobras, volume de fezes e carcaças na água. Essa iniciativa, que pode diminuir a emissão de gases e contribuir para a sustentabilidade da aquicultura, é especialmente relevante dado que a atividade representa 65% da produção de peixe no Brasil.

A pesquisa, conduzida por uma equipe de cientistas de instituições renomadas, está focada em identificar uma composição ideal de nutrientes na ração, que proporcione um maior aproveitamento pelos peixes. Reconhece-se que maiores quantidades de sobras e resíduos na água resultam em uma maior emissão de gases, como o metano. O desafio é otimizar a alimentação com nutrientes que satisfaçam as necessidades dos peixes, melhorem seu desempenho e reduzam os resíduos no ambiente aquático.

A pesquisa também quer compreender a eficiência de cada ingrediente da ração, como farelo de soja, milho e farinha de peixe, e quanto isso influencia na produção de resíduos e emissão de gases. A redução de fezes e sobras é crucial, pois contribui para a mitigação da poluição das águas e consequentemente, melhora a sustentabilidade da atividade.

A necessidade de exportação é uma preocupação constante para os produtores, que precisam estar atentos às exigências de mercados estrangeiros. A redução da pegada ambiental se torna um fator importante para se adaptar a possíveis taxações, restrições ou incentivos das demandas internacionais. Um inventário detalhado da produção e processos é essencial para garantir a competitividade e a viabilidade futura da atividade.

Paralelamente, está sendo estudado o aproveitamento dos resíduos da piscicultura, principalmente em sistemas de produção mais densos. A destinação correta dos resíduos pode permitir a produção de bioinsumos ou biogás. Projetos já bem-sucedidos em outros países estão sendo observados como referências para o Brasil, que ainda carece de iniciativas comerciais nessa área.

No Mato Grosso do Sul, a piscicultura teve uma trajetória inicial focada em peixes nativos, mas perdeu espaço para a criação de tilápias com adoção de tecnologia em outras regiões. Atualmente, a produção intensiva de tilápia bem como a prática de cultivo de peixes nativos, restrita a agricultores familiares, ainda destaca a importância do setor aquático na região.