A Pressão do Presidente por um Candidato ao STJ

Movimentações Nos Bastidores

O atual presidente não tem disfarçado seu apoio ao desembargador gaúcho Rogério Favreto, que atua no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), na corrida pela vaga destinada à Justiça Federal no Superior Tribunal de Justiça.

Informações obtidas indicam que o presidente já comunicou sua preferência a ministros do governo e a integrantes do próprio STJ, responsáveis pela elaboração da lista tríplice que será encaminhada para sua escolha. A votação ainda não tem data marcada, mas a expectativa é que ocorra em setembro. Em encontros reservados, o presidente aproveita a presença de ministros do STJ para discutir sobre Favreto.

Conexões e Consequências

É importante ressaltar que o desembargador Favreto tornou-se conhecido por ter concedido um habeas corpus que resultou na soltura do presidente em julho de 2018, um momento crucial no contexto da Lava-Jato. Naquela ocasião, o ex-presidente estava preso após uma condenação relacionada à operação. Contudo, essa soltura foi revertida no mesmo dia pelo relator do caso.

A influência do presidente, entretanto, pode gerar reações negativas, já que os ministros do STJ costumam ser resistentes a percepções de "pressão" em seu processo decisório. A escolha dos ministros do STJ é feita a partir de uma lista de nomes selecionados por votação interna, que posteriormente deve ser aprovada pelo presidente.

Histórico de Favreto

A concessão do habeas corpus levou Favreto a receber homenagens em sua terra natal, com o reconhecimento explícito de seu papel como plantonista do TRF-4 na decisão a favor do ex-presidente. O apoio político em torno de Favreto é notável, especialmente entre membros do partido que o ajudaram a construir sua carreira ao longo dos anos, incluindo cargos no governo local e na Secretaria da Reforma do Judiciário.

A Disputa e seus Padrinhos

Outros personagens influentes também estão engajados na disputa, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal que tentam assegurar nomes que consideram adequados. Contudo, um forte padrinho não garante sucesso, como evidenciado por candidaturas de anos anteriores que acabaram sendo ofuscadas por movimentos inadequados por parte de seus apoiadores.

Novas Regras de Votação

Em um marco importante, 17 desembargadores disputarão as três vagas abertas devido à aposentadoria de uma ministra. Neste ano, a votação será realizada eletronicamente, o que promete reduzir a pressão sobre os magistrados e criar um ambiente que favoreça surpresas.

O novo sistema permitirá que ministros votem em seus candidatos de maneira mais discreta, utilizando senhas individuais em seus dispositivos, ao contrário do modelo anterior onde os votos eram abertos individualmente, favorecendo a rastreabilidade.

Expectativas Futuras

Embora a disputa esteja em andamento e os bastidores agitados, ainda não há uma posição oficial sobre a evolução desses acontecimentos.