Prisões por Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual na Argentina

Três homens foram detidos na Argentina sob acusação de tráfico de pessoas e exploração sexual de 21 mulheres. As vítimas, com idades entre 19 e 30 anos, foram aliciadas com promessas de trabalho em modelos, mas foram forçadas a realizar transmissões eróticas ao vivo na internet.

Estratégia de Captura e Manipulação

A organização criminosa utilizava técnicas enganosas para atrair as mulheres, explorando sua fragilidade econômica. As vítimas, ao caírem na rede localizada em San Juan, passaram a ser obrigadas a atender demandas de “clientes” por meio de webcams, enquanto recebiam uma compensação ínfima em pesos, muito abaixo do esperado.

O juiz responsável pelo caso enfatizou a crueldade do esquema e decretou a prisão preventiva dos acusados. A investigação teve início em 2022, quando uma mulher denunciou a situação em que se encontrava. A infiltração de agentes da Gendarmeria ajudou a identificar os papéis dos envolvidos na organização.

Condições Desumanas e Dívidas Infindas

As vítimas enfrentaram jornadas exaustivas, realizando conteúdo erótico contra sua vontade sob pressão psicológica. Elas eram mantidas em um ciclo de exploração por meio de dívidas relacionadas a materiais e custos do trabalho, impossibilitando sua fuga mesmo quando podiam sair fisicamente.

Ofertas de emprego falsas eram disseminadas em redes sociais, prometendo uma mudança de vida que nunca se concretizava. As candidatas eram então apresentadas a uma realidade que envolvia a produção de conteúdo sexual em troca de uma porcentagem dos ganhos, que nunca era suficiente para saldar as dívidas impostas.

Impacto das Práticas Criminais

A organização se beneficiava de um fluxo financeiro considerável, com pagamentos realizados em criptomoedas. Durante as buscas realizadas, foram encontrados registros de multas aplicadas às mulheres por supostas infrações relacionadas ao trabalho, demonstrando as severas condições de subjugação às quais eram submetidas.

Os depoimentos de vítimas revelaram uma realidade de vulnerabilidade psicossocial e econômica exacerbada pela falta de apoio e oportunidades de emprego, criando um ambiente propício para a exploração. O juiz colocou em destaque a desumanização constante das mulheres, que eram tratadas como objetos e submetidas a situações humilhantes.

A investigação não apenas resultou na libertação das 21 mulheres, mas também levantou suspeitas sobre uma possível conexão internacional com redes de tráfico baseadas em outros países, incluindo a Colômbia.