O que é CDCA?

O Certificado de Direito Creditório do Agronegócio, conhecido como CDCA, é um título isento de impostos que promete ganhar popularidade no mercado de renda fixa. Embora tenha sido negligenciado por investidores nos últimos 20 anos, uma recente operação bilionária revitalizou o interesse por esse tipo de ativo.

Características do CDCA

Este título, que não deve ser confundido com as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), é vinculado a direitos creditórios gerados por transações entre produtores rurais ou cooperativas e outras partes na cadeia produtiva. A nova demanda por CDCAs surge em consequência das mudanças nas regras que afetaram a emissão de CRAs e LCAs, criando um ambiente propício para a recuperação desse ativo.

Recentemente, uma grande operação movimentou cerca de R$ 12,1 bilhões em CDCAs, superando a projeção inicial de R$ 8,5 bilhões. Essa operação, que envolveu a emissão de 8,5 milhões de títulos, foi estruturada para atender apenas investidores qualificados e institucionais, oferecendo rentabilidades entre 101% e 104% do CDI, já que os títulos são isentos de impostos.

A participação em CDCAs significa que o investidor está, na prática, "comprando" o direito de receber pagamentos de empresas envolvidas no agronegócio. Contudo, é importante notar que o risco associado a esses papéis está diretamente relacionado à nota de crédito do emissor. Portanto, investidores devem considerar a saúde financeira da empresa e os condicionantes operacionais do setor antes de se envolverem nesse tipo de investimento.

Além disso, os investidores precisam estar cientes de que os CDCAs não oferecem garantias típicas, o que implica em um risco significativo de perda total ou parcial. A liquidez desses ativos pode ser limitada, tornando mais difícil a venda rápida em caso de arrependimento. Portanto, o entendimento claro dos riscos envolvidos e a avaliação da adequação do investimento ao perfil do investidor são cruciais para a tomada de decisão informada.

O ressurgimento do CDCA no mercado reflete uma mudança comportamental entre os investidores, que muitas vezes reagem a tendências e novidades no setor, criando um efeito manada que pode impulsionar a demanda por esse tipo de ativo.