Intervenção Nacional no Podemos de MG: Disputa pela Vice de Carlos Viana Pacificada

Após desavenças internas, a direção nacional do Podemos decidiu intervir em Minas Gerais para promover a pacificação dentro do partido. Um dos desdobramentos mais significativos dessa intervenção deve ser a troca da vice na chapa do candidato a prefeito Carlos Viana, que deverá ser substituída por Kika da Serra, uma decisão que deve ser formalizada na próxima semana. As tensões surgiram entre Viana e a presidente estadual do partido, marcada pela influência de aliados do secretário de Minas Gerais.

A questão sobre a vice de Viana foi discutida em uma reunião recente, na qual a direção nacional expressou seu desejo de manter a candidatura de Viana. Com o prazo para registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral se aproximando, a expectativa é que os líderes do partido coloquem a questão em ordem rapidamente.

Uma peculiaridade é que a resolução permite que, se a vice indicada por Nely Aquino renunciar, Viana poderá escolher outro nome dentro de um prazo de dez dias. Em declarações, Viana demonstrou otimismo em relação à pacificação do partido e à união do grupo nas próximas campanhas.

A disputa pela vice também liga-se a um conflito existente com poderosos aliados do governador de Minas Gerais. Enquanto a direção estadual pressionava para indicar Renata Rosa, Viana se opôs a essa nomeação, citando questões familiares que dificultavam a colaboração. A candidata de Viana, Kika da Serra, é apoiada por ele como alternativa viável.

Recentemente, um embate público se deu entre Viana e Aquino, em que Aquino sugeriu que o senador deixasse a disputa. Em resposta, Viana reafirmou que não abriria mão de sua escolha, enfatizando que a vice-prefeitura não deve ser usada como uma oportunidade de emprego para familiares.

A iminente troca de vice representa um desafio para a estratégia estabelecida por Marcelo Aro, um dos aliados do governador, porém, segundo fontes, essa mudança não deve impactar negativamente a campanha de Viana, já que o governador optou por apoiar um outro candidato. As movimentações de Aro, que esteve ausente na convenção que formalizou Viana como candidato, também demonstram a divisão de interesses dentro do partido.

Outro ponto importante é que, para assegurar sua candidatura, Aro e Viana encontraram um consenso para que um suplente assumisse o mandato no Senado durante o período eleitoral, o que exigiu que Viana se licenciasse de suas funções parlamentares. Nas últimas pesquisas de intenção de voto, Viana apresenta 9%, em uma corrida onde o líder das intenções é Mauro Tramonte com 25%.